O CICLO DA DAGAZ: TODO FIM É DESPERTAR.
- Alex Michels
- 27 de ago.
- 2 min de leitura
Na tradição rúnica, Dagaz simboliza a aurora. É o instante em que a noite encontra o dia, quando as trevas se rompem para dar passagem à luz. Não é apenas o nascer do sol, é a virada, a ruptura, a revelação.
Dagaz nos lembra de algo que esquecemos em meio ao medo dos finais: todo fim é também começo. Todo colapso é também semente. Toda morte é também despertar.
1. O medo do fim
Vivemos cercados pelo pavor dos términos. Perder um emprego, encerrar um relacionamento, mudar de ciclo, tudo isso nos apavora porque fomos condicionados a ver o fim como fracasso.
Mas a vida insiste em nos mostrar outra lógica: nada floresce sem antes morrer em outra forma. O grão precisa se desfazer para germinar. A noite precisa ser atravessada para que a manhã exista. O fim, portanto, não é queda, é passagem.
2. A energia da Dagaz
Dagaz é a runa da transição. Seu traço lembra dois triângulos que se encontram, simbolizando a fusão de opostos: noite e dia, sombra e luz, término e renascimento.
Ela não fala de ciclos lineares, mas de ciclos espirais. O que termina retorna transformado. O que se fecha abre espaço para algo maior. É a runa do “entre”: esse espaço liminar onde ainda não é luz plena, mas já não é mais escuridão.
3. O despertar que nasce do fim
Quantas vezes precisamos perder para enxergar o que realmente importa? Quantas vezes a ruína foi o solo fértil para a reconstrução? Quantas vezes a dor foi portal para um estado de consciência mais amplo?
É esse o ensinamento de Dagaz: o despertar nunca vem da zona de conforto. Ele nasce do impacto, da quebra, do fim.
4. Dagaz no caminho empreendedor e humano
Para o empreendedor, Dagaz é a falência que força a criação de um modelo mais sustentável.
Para o líder, é o colapso de um estilo autoritário que dá espaço a uma liderança consciente.
Para o ser humano, é a perda que obriga a se reinventar.
Em todas essas camadas, Dagaz lembra: o que parecia morte é, na verdade, transmutação.
5. O ritual do fim
Aceitar o ciclo da Dagaz é assumir um ritual interno:
Honrar o que se encerra sem apego.
Acolher a dor da ruptura como parte da travessia.
Manter a confiança de que o fim contém, em si, o código do recomeço.
A aurora nunca pede permissão para nascer. Ela acontece porque precisa. Assim também os nossos fins: chegam para forçar o despertar.
O ciclo da Dagaz nos lembra de uma verdade brutal: nada permanece. E nisso não há tragédia, há potência. Quando algo termina, não é vazio que se abre, é espaço para luz. Quando tudo parece perdido, é só a noite cumprindo seu destino para entregar a manhã.
Dagaz é o chamado: não tema o fim. Ele é apenas o início disfarçado.
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