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A OBSESSÃO POR NOVIDADES É O VÍCIO DO FRACO. O PACTO É COM O ESSENCIAL.

Vivemos intoxicados pelo novo. Cada scroll é mais uma promessa: a nova IA, o novo app, a nova rede, o novo modelo que “vai mudar tudo”.


A ansiedade pelo próximo passo virou religião. Só que essa fé cega é frágil. Porque o que é verdadeiramente transformador não chega no ritmo do breaking news.

O futuro não será conquistado por quem corre atrás da novidade. Será entregue a quem honra o essencial.

Esse é o ponto: a obsessão pelo novo é vício. O pacto com o essencial é força.


1. Neofilia: quando a busca pelo novo vira doença


A psicologia já deu nome a essa compulsão: neofilia, amor exagerado pelo novo. Ela tem dois lados:


  • Luz: curiosidade, desejo de experimentar, vontade de inovar.

  • Sombra: superficialidade, ansiedade crônica, incapacidade de permanecer.


Segundo o professor José Clerton Martens, a neofilia, quando não é equilibrada, nos coloca em um “estado adoecido de consumo de novidades”. Ou seja: trocar a constância por compulsão. Trocar profundidade por estímulo rápido. Trocar ritual por distração.


2. A IA e o fast-food cognitivo


Com a IA, o vício pelo novo ganhou turbo. Cada semana surge um modelo, uma extensão, um atalho. E a mente, viciada em estímulos, se alimenta disso como se fosse comida ultraprocessada.



Quando terceirizamos toda a criatividade para a IA, matamos o incômodo, a espera, a gestação das ideias. Matamos o músculo criativo que só se fortalece com esforço.


“Terceirizar totalmente a criação para a IA é apagar a possibilidade de subjetivação. É delegar até o sonho.”

3. O paradoxo da criatividade artificial


Estudos recentes mostram que a IA, de fato, pode impulsionar a criatividade no curto prazo. Equipes que usaram IA em brainstormings tiveram mais ideias e soluções iniciais.


Mas o efeito colateral é brutal:


  • As ideias tendem a se homogeneizar (o algoritmo cria padrões, não singularidades).

  • A dependência aumenta (sem a IA, a produção cai para níveis abaixo do normal).

  • O pensamento original enfraquece (criamos menos rupturas e mais repetições disfarçadas).


É como doping criativo: dá explosão rápida, mas corrói a musculatura no longo prazo.


4. O brilho da novidade e o silêncio do essencial


A novidade é um espetáculo:

  • Atrai holofote

  • Vira manchete

  • Dá status temporário


Mas ela é, por natureza, descartável. O essencial é invisível, mas duradouro. É a prática silenciosa, repetida, sustentada, que não aparece no feed, mas constrói legado.


Exemplo prático:


  • Uma marca que muda de estratégia a cada hype digital desaparece na memória.

  • Uma marca que repete, com intenção, sua narrativa e identidade, cria espaço no imaginário coletivo.

O novo chama atenção. O essencial cria raiz.

5. O pacto que sustenta, e diferencia


Para escapar da tirania do novo, é preciso pacto. Um compromisso consciente com o que importa, com o que gera valor, com o que resiste ao tempo.

O vício pelo novo...

O pacto com o essencial...

Busca estímulo imediato

Busca consistência a longo prazo

Vive na superficialidade

Se aprofunda no que importa

Se alimenta de ansiedade

Se enraíza em clareza

Cria hype vazio

Cria cultura duradoura

Precisa sempre do próximo

Constrói no agora, sem pressa

6. Como cultivar o essencial em tempos de excesso


  1. Ritualizar: repetir com consciência o que funciona, ajustando em ciclos.

  2. Priorizar: separar o que é barulho do que é base.

  3. Testar com calma: experimentar sim, mas sem compulsão.

  4. Sustentar identidade: não ceder à tentação de ser o que o hype exige.

  5. Cultivar silêncio: dar espaço para o vazio que gera novas formas de pensar.

A IA pode ser aliada, mas só quando você lidera o processo, e não quando se torna refém dele.


O essencial resiste. O novo, só distrai.


A obsessão por novidades é fraqueza disfarçada de inteligência. É correria para não encarar o vazio. É ilusão de que mudança constante é evolução — quando, na verdade, é só desespero bem embalado.


O pacto com o essencial é outra coisa. É firmeza. É raiz. É ritual. É a capacidade de olhar para o ruído e escolher o que importa.

A novidade dura até o próximo scroll. O essencial atravessa gerações.

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